Esta noite, em vez de voltar para casa, fiquei a olhar o mar. Aquele mesmo que me acompanhara (desde)sempre, e que eu não olhava...
Aquele mar cujas ondas batiam nas minhas canelas, e faziam barulho simplesmente para invadir os meus ouvidos, mas eu me recusava a ouvir, a sentir, ou a simplesmente a querer molhar-me mais do que fosse preciso...
E agora, lá estava eu... olhando para um mar diferente daquele que me abraçava com ondas, espuma, barulhos e maresia. Estava diante de águas silenciosas... as suas ondas não mais vinham ao meu encontro. A água já não queria mais molhar os meus pés, e a maresia nem sequer parecia existir...
E agora... era eu quem buscava o mar. Era eu quem queria que os meus pés se molhassem, e que o ruído das ondas estivesse (sempre) junto comigo...
Agora, olho para o horizonte, levantando o rosto e encarando o sol e o céu, sempre alheios aos meus pensamentos... e os meus olhos buscando o sem-fim de suas existências...
Agora, sou eu quem conto as minhas histórias ao mar. Caminho com os meus pés descalços e desprotegidos na areia sem fim, sob o sol ou sob o luar, no mesmo céu alheio a mim...
Caminhando sem parar, desviando-me das conchas pontiagudas e dos crustáceos, cansando os meus calcanhares na areia quente, e aliviando-me com a brisa fresca da noite...
Tudo... tudo o que eu quero é que esse mesmo mar se agite novamente, e que aceite molhar os meus pés, levar as minhas histórias e os meus sentimentos em suas ondas, e fazer-me sorrir quando respirar fundo e sentir nada além do meu coração vivo na maresia...
Que venha o dia em que os meus passos na areia sejam suficientes para que o mar se alegre novamente com a minha presença...
Porque então, quando a maré apagar os meus passos nessa praia sem fim... não vou precisar mais de um caminho de volta...
Enquanto isso, o que faço é contar os meus sonhos ao vento, à lua e ao sol... que pintam o céu todas as noites e dias e me dão a força para continuar caminhando...
Esta noite, em vez de voltar para casa, fiquei a olhar o mar. Aquele mesmo que me acompanhara (desde)sempre, e que eu não olhava...
ResponderEliminarAquele mar cujas ondas batiam nas minhas canelas, e faziam barulho simplesmente para invadir os meus ouvidos, mas eu me recusava a ouvir, a sentir, ou a simplesmente a querer molhar-me mais do que fosse preciso...
E agora, lá estava eu... olhando para um mar diferente daquele que me abraçava com ondas, espuma, barulhos e maresia. Estava diante de águas silenciosas... as suas ondas não mais vinham ao meu encontro. A água já não queria mais molhar os meus pés, e a maresia nem sequer parecia existir...
E agora... era eu quem buscava o mar. Era eu quem queria que os meus pés se molhassem, e que o ruído das ondas estivesse (sempre) junto comigo...
Agora, olho para o horizonte, levantando o rosto e encarando o sol e o céu, sempre alheios aos meus pensamentos... e os meus olhos buscando o sem-fim de suas existências...
Agora, sou eu quem conto as minhas histórias ao mar. Caminho com os meus pés descalços e desprotegidos na areia sem fim, sob o sol ou sob o luar, no mesmo céu alheio a mim...
Caminhando sem parar, desviando-me das conchas pontiagudas e dos crustáceos, cansando os meus calcanhares na areia quente, e aliviando-me com a brisa fresca da noite...
Tudo... tudo o que eu quero é que esse mesmo mar se agite novamente, e que aceite molhar os meus pés, levar as minhas histórias e os meus sentimentos em suas ondas, e fazer-me sorrir quando respirar fundo e sentir nada além do meu coração vivo na maresia...
Que venha o dia em que os meus passos na areia sejam suficientes para que o mar se alegre novamente com a minha presença...
Porque então, quando a maré apagar os meus passos nessa praia sem fim... não vou precisar mais de um caminho de volta...
Enquanto isso, o que faço é contar os meus sonhos ao vento, à lua e ao sol... que pintam o céu todas as noites e dias e me dão a força para continuar caminhando...